“- ... Consigo ler poesia e peças de teatro, e coisas do tipo não detesto relatos de viagem. Mas não consigo interessar-me pela história, a história mesmo, solene. A senhorita consegue?
- Consigo. Adoro história.
- Eu gostaria de adorar também. Leio um pouco por dever, mas não me diz nada que não me irrite ou me canse. As brigas entre papas e reis, com guerras e pestes, em cada página; os homens não valem nada e as mulhers quase não aparecem... é muito enfadonho e, mesmo assim, sempre acho estranho que seja tão estúpido, pois boa parte deve ser invenção. As palavras postas na boca de heróis, seus pensamentos e planos... a maior parte deve ser invenção, e invenção é o que me agrada nos livros.”
(AUSTEN, Jane. A Abadia de Northanger. São Paulo: Martin Claret, 2012. p. 132)