Arrasta a mesa coloca pra cá, deixa eu me apoiar, me abraça
me beija, me joga em cima dela. Aposto que ela mexe no nosso ritmo... quem nem
a cama do seu quarto. Aah... senta no sofá, deita no meu colo, deixa eu fazer você esquecer os problemas do dia-a-dia. Agora joga o sofá pra lá, vamos fazer
diferente, mudei de ideia... é minha vez, eu quero seu ombro, seu beijo, seu
corpo.
Vai... vem; Puxa, estica; passa, muda de ideia, refaz.
Fica comigo. Continua essa dança que não acaba mais. Essa dança que a gente dança
num passo dois pra frente dois pra trás.
Me encanta, me espanta, me arranha. Grita, discute, estressa, recomeça.
Depois da tormenta, vem a fala mansa, me desenrola, me conta os seus dilemas.
Me funde nos seus ideais, nas suas teorias, nas suas reticências, não me deixa pra trás. Me
imerge nesse teu mundo tão diferente do meu, não nos deixa pra depois, vem tirar as interrogações dos
nossos pontos finais.
Cabeça dura, idealismo, inseguranças... acho que isso que
da ritmo pra essa dança. Isso que faz ela dar piruetas, em meio a calmaria dos
dois pra lá dois pra cá. Talvez o problema seja que eu não sou uma boa
dançarina, piso no seu pé, perco o tempo, me atrapalho por inteiro... enquanto você... você dança, encanta, faz da pista sua sala de estar. ahhh... quer saber?! você não é um pé de valsa, eu não sou tão travada.... é nós... nós não somos uma dança, somos a valsa inteira.
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