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A cultura de discriminar o diferente de si mesmo.

"É claro que casar com uma poeta era uma coisa, mas ter um filho que preferia meter a cara nos livros de poesia a ir caçar... bem não era exatamente o que baba tinha imaginado, suponho eu. Um homem de verdade não lê poesia, e Deus permita que nunca venha a escrever versos! Homens de verdade - meninos de verdade - jogam futebol, exatamente como meu pai fazia quando era jovem. Isso sim era algo digno de paixão...."




"-... agradecer por ele ter ele ter saúde - dizia Rahim Khan.
-Sei disso, sei disso. Mas ele está sempre enfiado naqueles livros ou rodando pela casa como se estivesse perdido em um sonho.

- E daí?

- Eu não era assim.

Baba parecia frustrado; quase zangado.
Rahim Khan riu.

- As crianças não são cadernos de colorir.  Você não tem de preenchê-lo com suas cores favoritas."

sinceridade

Esse é o problema das pessoas sinceras:




Elas acham que todo mundo também é.


O pecado de roubar


Justo e Injusto

Abri a boca e quase disse algo. Quase. O resto da minha vida poderia ter sido diferente se eu tivesse dito alguma coisa naquela hora. Mas, não disse. Só fiquei olhando. Paralisado



Khaled Hosseini - O caçador de pipas

Por você, faria mil vezes!


Resenha: Kurt Cobain: A construção do mito

“Ninguém morre virgem, a vida fode com todos nós” – Kurt Cobain


Em Abril deste ano, fez 20 anos da morte de um dos grandes ícones do rock, Kurt Cobain. Acredito que a muitos já ouviram falar dele, espero que a maioria, ou da sua banda, o Nirvana, ou pelo menos já ouviram alguém tocando aquele “tum tum tum tum turum turum tum tum turum tum tum tum tum” de Came as you are no violão. Para marcar esta data o jornalista Charles R. Cross, que já havia publicado uma biografia de Kurt cujo título é “Mais pesado que o céu”, lançou ''Kurt Cobain: A construção do mito'', lançamento mundial em 2014, e no Brasil publicado pela Editora Nova Fronteira.

Adorei essa capa! Nevermind 20 anos mais velho.


Para começo de conversa, o livro não se trata de uma biografia, Cross passa as 172 páginas, tentando respondeu uma questão que lhe foi feita 20 anos antes: “Por que Kurt Cobain era importante?”. Em seis capítulos, cada um abordando uma temática, o autor explica a influência que Kurt teve nos seguintes aspectos: no cenário musical, no grunge e na cultura, no estilo e moda, em Seattle, no olhar dado as drogas e ao suicídio e por fim na vida de cada um.

“Como ser humano, Kurt muitas vezes demonstrou falta de bom senso e tomou decisões que magoaram muitas pessoas que se importavam com ele, sendo seu suicídio o exemplo mais óbvio. No entanto, mesmo seus demônios tiveram impacto sobre a cultura nas últimas duas décadas [...]”




O autor exemplifica a popularidade do Nirvana entre os adolescentes quase como um rito de passagem, assim como a leitura de O apanhador no campo de centeio (J.D. Salinger),  pela maneira sincera em que transmite as angústias, a sensação e busca por liberdade, além do mundo cheio de possibilidades que se tem. A popularidade do jeans desbotado, da camisa de flanela e do All Stars “sujo”, também é um reflexo da busca do adolescente pelo antifashion, proporcionado pelo visual grunge,  que foi difundido e associado com o sucesso do Nirvana.

“...nunca na história da moda se gastou tanto dinheiro na criação de um visual tão comum.”
Para que seja entendido o porque que o Nirvana, especialmente com o lançamento do álbum Nevermind, causou tanto impacto, deve-se entender que na década de 80 inicio da de 90 o cenário musical estava voltado para baladinhas suaves, um rock leve, o rock mainstream, além do inicio da ascensão do hip hop, que teve seu embalo cortado com o boom que foi o Nirvana. E pelas diversas bandas que tiveram portas abertas com o sucesso de Nevermind, mas que foram consagradas por méritos da sua qualidade musical.


“Embora almejasse loucamente o estrelato, ele não queria que transparecesse. Essa foi a origem da rixa de Kurt com o Pearl Jam: segundo ele, a banda pecava por desejar o sucesso de maneira muito evidente”
Uma narrativa simples e direta, sem aquelas mil delongas que muitas vezes se tem em livros cujo autor é jornalista e o assunto é grandes  personalidades. Sendo que, por mim, a maior façanha de Kurt Cobain: A construção do mito está no retrato sem idealizações, puxa-saquismos ou extremismos, ou seja, é apenas um conjunto de curiosidades sobre a vida do guitarrista e seu legado cultural.




Resenha: Morte Súbita

Grandes histórias sobre pequenas coisas.




            Tenho que admitir que o que me levou a ler Morte súbita (The casual Vacancy) – editora Nova Fronteira, 2012, foi única e exclusivamente a autora, Joanne Kathleen Rowling, vulgo J.K. Rowling, que escreveu aquela saga, que marcou muitos, sobre um jovem bruxo que perdeu os pais ainda bebe e ganhou uma cicatriz, em forma de raio, na testa, sabe aquela?! Então...

            Pois bem a trama conta um curto período de tempo, em um vilarejo, que como em um dominó quando se tira a peça de equilíbrio, a morte de Barry Fairbrother atinge a vida de muitos personagens.

            No começo da leitura, achei que a Rowling iria me decepcionar ao mudar o alvo de leitores, de uma leitura infanto-juvenil para uma leitura adulta, pois com a constante mudança personagens, e seus pontos de vista, torna a leitura cansativa. Contudo ao decorrer da trama, ao assimilar as particularidades de cada um, ela fica mais interessante e o leitor acaba criando seus preferidos e torcendo para que ele tenha sucesso nas suas ambições, e quando viu terminou de ler a 500 páginas em dois tempos. O que enfatiza a autora brilhante que ela é, independente de que público pretendeu atingir.

            É incrível como no decorrer da história, há a percepção de que um fato cotidiano, como a morte de alguém (não me entendam mal, centenas de pessoas morrem todo dia ao redor do mundo, por velhice, por doença, por "ene" motivos), afeta uma gama de pessoas que, a princípio, não era visível nenhum elo entre elas. Assim como o fato de que Pagford, pode  ser comparada com um bairro, ou uma pequena cidade, ou até um país, pois é afetada por diversos problemas das mais distintas ordens, como violência, políticos, familiares e o poder da internet, que são comuns no dia-a-dia de centros urbanos.


            Ou seja, em A morte súbita pequenos fatos do cotidiano se transformam em uma grande história que vai atiçar a curiosidade e empolgar o leitor até a última página.