“Mire na lua e, se errar, você ainda estará entre as
estrelas”
Estava me enrolando para ler “PS, eu
te amo” (PS, I love you) faz tempo,
já que tinha visto o filme e queria dar uma esquecida na história antes de ler
o livro e nessa me enrolei alguns bons anos para ler. O livro de Cecelia Ahern
foi trazido para o Brasil em 2002 pela Editora Relume Dumará e, atualmente,
reeditado pela Editora Novo Conceito.
O livro conta a história de Holly,
que recentemente perdeu seu marido e melhor amigo para um tumor no cérebro. Se
transformando em uma jovem, inconformada e
solitária viúva. Sem profissão, marido e perspectiva Holly estava
devastada, deprimida, até que sua mãe fala que havia um pacote com o título de
“A Lista” endereçado à ela em sua casa. Isto a faz lembrar de uma antiga brincadeira
dela com amado Gerry, dando-lhe um fiapo de esperança. Dentro deste envelope haviam
cartas para ela, com instruções de Gerry sobre o que fazer, sem ele por perto.
“Era hora de parar de se esconder na escuridão e de manter a cabeça
erguida e ficar face a face com a verdade”
Durante 398 páginas a protagonista
espera mês a mês, e nós esperamos com ela, para poder abrir uma nova carta – instrução de Gerry, claro. Em cada uma delas há um desafio à protagonista, que seriam
insuperáveis sem a ajuda de suas divertidíssimas amigas e de sua barulhenta e
amorosa família.
“Nenhuma daquelas coisas preenchia o vazio de seu coração; era como se
seu corpo tivesse se tornado um grande quebra-cabeça, exatamente como os campos
verdes com suas bonitas paredes de pedra cinzenta ligando a totalidade da
Irlanda”
Mesmo sendo uma narrativa em
terceira pessoa focada na Holly, em seu sofrimento e sua luta para sair do
luto. Cecelia não desmerece seus outros personagens que também passam por
conflitos e pesares. Sendo assim um enredo cheio de altos e baixos,
com diálogos por vezes engraçadíssimos outras vezes reflexivos. Sempre dentro de um
universo feminino, que é impossível uma mulher não se identificar, pelo menos um
pouquinho.
“ (...)- Que lutar pela paz é como transar para manter a virgindade”
“Ps, eu te amo” é uma linda história
de perda, sofrimento, superação de maneira leve e intensa. Tudo bem que Holly é
extremamente dramática, mas tentei não julgar, afinal se fosse eu no lugar
dela, acho que ia reagir ainda pior....
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Nada como Bridget para demonstrar o quão alguém pode ser dramática |
....E
Gerry... fez o que todos sonham em fazer, poder
fazer a diferença para seus entes queridos mesmo não estando mais por
perto.
“(...)De qualquer forma, é para isso que servem os irmãos e irmãs, para
fazer com que a vida uns dos outros se torne o mais difícil possível enquanto
crescem...”
O que torna o livro incrível é a
maneira realista das reações que cada personagem tem nas diferentes situações. Há tanto reações de
ciúmes, inveja e raiva, como de amizade, suporte amor e carinho. O final é
surpreendente – é sério, eu realmente não esperava – e nos deixa a mensagem que perder alguém, é horrível, o fim de uma história, mas também pode ser o início de uma vida nova.
“– Holly, você
prefere comer ou ficar maravilhosa? – Ainda valia a pena pensar a respeito?”
Bom na versão que eu li, a da
Editora Relume Dumará, há diversos erros de digitação e traduções
desnecessárias – como chamar o drink Sex
on the Beach de Sexo na Praia, ou ainda traduzir, sem deixar referências
trechos da música With a Little Help From
my Friends – que me incomodaram bastante e espero que na nova edição estejam corrigidos. Mas de qualquer jeito nada que estragasse a leitura
envolvente, que me fez rir alto, querer ter amigas, como as de Holly, sempre por
perto e principalmente segurar o choro.
Por fim para aqueles que já viram o
filme, não se preocupe, como sempre, a adaptação está muuuuuuuito diferente do
original, para os que não viram, segue abaixo o trailer: