"Será que os medos desaparecem de fato ou apenas perdem o poder sobre nós?"
Para
todos os fãs da série Divergente,
foram divulgados dois capítulos, que foram deletados da versão final do livro!
Se você
ainda não leu a série cuidado! Contém spoilers do desfecho da trilogia.
Eu
particularmente gostei dos capítulos, acho que expõe um lado de Four para os
demais personagens, que era conhecido por poucos, humanizando-o perante seus companheiros. Além de ser um último momento da "Audácia" na série!
Eu li e
soube das páginas no site Divergente Brasil, você pode acessar a matéria na íntegra
clicando aqui.
O texto das páginas foi traduzido pelo mesmo
site e você pode conferir logo abaixo:
TRADUÇÃO:
“Essa cena acontece um pouco antes que Tris, Tobias e os outros
deixam a cidade pelo mundo a fora. Nele, Tori reuniu um grupo da Audácia para
comemorar sua antiga facção, fazendo tatuagens dos seus ‘números de medos’
originais, desafiando o novo regime dos Sem-facção. Eu cortei essa parte para
resolver a morte dos personagens, mas inicialmente eu escrevi porque estabelece
muitos personagens e dinâmicas e emoções em um espaço pequeno, e é a ultima
comemoração dos membros da Audácia, meio que terminando a série. Talvez você
reconheça umas partes dele – algumas das informações nessas passagens estão
espalhadas pelo livro.” -Veronica Roth
Tris
Tori. Que está carregando uma pequena caixa de papelão, coloca-a no chão e sobe em uma das mesas. Então, ela levanta a mão, buscando silencio. Ele vem em partes e pedaços.
Tori. Que está carregando uma pequena caixa de papelão, coloca-a no chão e sobe em uma das mesas. Então, ela levanta a mão, buscando silencio. Ele vem em partes e pedaços.
“Marquei essa reunião em parte para
jogar na cara de Evelyn Johnson-”
Comemorações.
“-e em parte por outra razão.”
Ela alcança a caixa em seu pé e
tira uma agulha de tatuagem.
“Para criar algo que nos mantenha
juntos.” Ela segura a agulha em ambas as mãos, tão gentil quanto se estivesse
segurando uma criança.
Os membros da Audácia se juntam em
fila rapidamente. O tempo junta enquanto passa. Eu fico mais e mais ciente do
que estamos prestes a fazer esta noite. Sair da cidade. Quebrar a lei. Talvez
nunca retornar. Encontrar o mundo la fora. Ouvir as respostas de todas as
nossas perguntas.
Somos mesmo apenas experimentos? Há
quanto tempo está aqui fora? Você esteve nos assistindo? O que quer de nós?
E, para mim, a mais importante:
Quem é Edith Prior?
Christina retorna da fila da
tatuagem com o numero 13 em seu braço. Eu noto umas pequenas formas flutuando
sob o 3, e ela me da um sorriso maligno.
“Mariposas,” ela explica. “Durona
como bola de algodão, certo?”
Eu rio, e então imagino se posso
rir, pois foi isso que Will falou quando descobriu que ela tinha medo de
mariposas. Mas acho que, depois que alguém morre, está tudo bem sentir o que
você sente. E Christina ainda está sorrindo.
“É bom pensar nisso,” ela diz
enquanto senta do meu outro lado. “Sabe?”
Concordo, e mesmo que eu seja uma
‘careta’ e eu não faço essas coisas, eu seguro sua mão e aperto.
Tobias e eu estamos na fila do Bud,
e Shauna manobra sua cadeira de rodas para a fila de Tori, na frente de Zeke.
Checo meu relógio. Temos algumas horas até executarmos nosso plano de fuga –
não era minha intenção gastar essas horas esperando por uma tatuagem, mas
talvez é assim que vai ser.
“Eu realmente vou sentir saudades
daqui,” Digo.
“Sério?” Ele indaga. “Eu penso mais
como, ‘Boa viagem.’”
“Você não vai sentir falta de nada?
Nenhuma memória boa?” Eu dou uma cotovelada nele.
“Tudo bem, tem algumas.” Ele sorri.
“Alguma que não me envolve?” Digo.
“Isso soa meio egocêntrico. Você me entendeu.”
“Claro. Eu acho.” Tobias encolhe os
ombros. “Digo, eu consegui ter uma vida diferente aqui, um nome diferente até.
Aqui sempre fui Quatro, graças ao meu instrutor. Ele que inventou esse
apelido.”
“O legendário Quatro.”
“De fato.” Ele espalha seus braços
abertos. “E quão sortuda você é por estar em minha presença.”
Eu o espeto nas costelas com meu
braço.
“Por que eu não conheci esse
instrutor?”
“Porque ele está morto.” Tobias diz
“morto” como se fosse apenas outra palavra, mas seus olhos encontram os meus e
posso dizer que isso é qualquer coisa menos um tópico casual. “Amar era
Divergente.”
Toco seu braço, gentilmente, mas
não há muito a dizer. Ele se mexe como se estivesse desconfortável.
“Viu?” Ele diz. “Muitas memórias
ruins aqui. Estou pronto para ir embora.”
Ficamos quietos por um instante, e
isso é confortável, o que é estranho pra mim. Usualmente, o silencio está
carregado com todas as palavras que as pessoas não dizem, ou não conseguem
encontrar uma forma de dizer, mas com ele, sinto que minha presença é o
bastante.
Nos movemos cada vez mais perto da
agulha de tatuagem, e quando estamos a alguns pés de distancia, Tori diz sem
levantar a cabeça, “Vocês dois, venham pra minha fila.”
Fico nervosa, mas não quero que ela
saiba que tenho medo dela, então faço o que ela diz.
Vou antes de Tobias, e quando Tori
termina com a mulher da Audácia que estava na minha frente, ela enrola os dedos
pra mim. “Sua vez.”
Ela troca a agulha antiga por uma
nova, e prepara a tinta. Suas mãos estão nuas e são pequenas, duras como
qualquer mãos que eu já vi. Elas quase parecem estar descansando no ar, como se
estivesse em uma mesa, sem movimento.
Sento a frente dela.
“Pode vem mais perto, sabia,” ela
diz, “Não vou morder.” Ela inclina sua cabeça. “Oh, espera. Eu fiz essa, não
foi?”
Eu vou mais perto.
“Sei que acima do seu braço já está
cheio, então você pode escolher um lugar diferente,” ela diz, e sua voz é
inesperadamente macia. Seus olhos, que se curvam gentilmente pra baixo,
encontra os meus.
“Okay.” Eu digo.
“Seu número?” ela diz. “Ou a melhor
aproximação dele?”
Meu número de medos, quando fui na
Paisagem do Medo durante a iniciação, era sete. Mas tenho os mesmos medos
agora, dos que eu tinha na iniciação? Ainda tenho medo de ser responsável pela
morte da minha família, quando eles já se fora,? Ainda tenho medo de estar com
Tobias, daquela forma?
“Se estiver tendo problemas, pense
na tatuagem como uma memória dos seus medos como uma iniciante da Audácia,” diz
Tori. “O numero pode mudar, mas a memória sempre será a mesma, e é isso que
está gravado, não a quantia de seus medos.”
Assim é mais fácil. “Meu número era
sete.”
Ofereço meu braço a ela, e ela
limpa meu antebraço com anti-séptico, e então, toca a agulha na minha pele.
Estou acostumada com o espetar da agulha e da dor que enche meus olhos de agua.
Não tenho nem que olhar pro lado dessa vez. Apenas observo a agulha se mover, e
sua mão limpando o excesso de tinta, e minha pele ficando vermelha ao redor.
Ainda não gosto do som que ele faz – tipo o som de abelhas.
“Aparentemente, você não precisava
da Jeanine viva,” Tori diz rapidamente. “Você não precisava dela viva pra
mostrar o video.”
“Não sabia disso naquela hora.”
“Ou uma parte de você não queria
saber. Queria deixa-la viva.”
“Estou feliz que ela está morta.”
“Hmm.”
“Hey,” digo severamente, então ela
pausa, levanta a agulha. “Eu odiava ela. Estou feliz que ela está morta. Você
não é a única a ter vidas tiradas por ela, então para de agir como tal.”
Ela não responde. Em vez disso, ela
volta pra tatuagem, traçando cada linha, enchendo os espaços entre elas. Quando
ela termina, a pele envolta do numero 7 está vermelho claro, mas não dói muito.
Ela faz um curativo e percebo que a sala está quieta. Bud está guardando seus
suprimentos, e Tobias está atras de mim, ele é o ultimo da fila. O silencio é
pra ele.
Tobias
“Todos nós sabemos seu numero Tobias Eaton,” diz Tori.
“Todos nós sabemos seu numero Tobias Eaton,” diz Tori.
Ainda sinto uma pitada de medo
quando alguém fala meu nome em voz alta, como se fosse uma palavra proibida.
Por um longo tempo pertencia apenas a mim, até que eu dei para Tris, mas ai a
Franqueza alcançou ele com o soro da verdade, e agora pertence a todos.
Minha camiseta tem mangas longas
que são coladas ao redor do pulso, então eu as puxo pra cima tão rápido quanto
possível – para o meu cotovelo – e sento, oferecendo minha pele vazia para ela
marcar. Ja estou quente de vergonha, nessa sala que não deveria estar em
silencio, mas está. Ela levanta o cotovelo pra mim.
“Não lembro de ter colocado uma
tatuagem em seu braço,” ela diz, dando um tapa no meu ante-braço. “Vamos,
deixe-nos ver esse belo trabalho que eu fiz nas suas costas.”
Ela me perguntou, uma vez, porque
eu fiz tantas tatuagens se eu sempre as deixaria cobertas, mesmo no calor do
verão, quando a maioria da Audácia usa poucas roupas. Eu não a dei uma razão,
mas ainda me lembro – queria as tatuagens para cobrir todos os lugares que ele
me machucou.
Muitas pessoas odeiam cicatrizes,
mas antes que eu me juntei a Audácia, eu sempre quis ter algumas. Eu queria ter
lembretes que, enquanto as feridas saram, elas não desaparecessem para sempre –
nos carregamos elas pra todo canto, sempre, e esse é o jeito das coisas, das
cicatrizes. E eu fiz as tatuagens, ao invés disso.
E eu escondo elas, porque eu não
quero que as pessoas vejam essas feridas, mesmo que elas não saberão o que
estão olhando.
Eu enrolo os dedos em volta da
bainha da minha camiseta e puxo ela pela cabeça. Sento reto, minhas costas para
a sala, as chamas dos meus lados expandindo e contraindo com minha respiração
apressada. Tori limpa a pele no meu braço e sinto que minha pele aquece mais a
cada segundo que eles passam olhando pra mim.
São silenciosos enquanto ela
desenha o número, e no começo sinto que seu silencio é cruel. Mas enquanto ela
desenha as ultimas linhas em mim, eu percebo que os membros da Audácia gritam
quando sentem companheirismo, e são silenciosos quando respeitam. Para eles,
ainda sou o homem com quatro medos.
Olho abaixo, para o 4 enquanto ela
faz o curativo, e percebo que essa, diferente das outras tatuagens, é algo que
tenho orgulho de carregar para todo lugar, orgulho até de carregar para fora da
cerca, para qualquer coisa que venha a seguir.
Eaí, o que acharam? :)
Ah, uma pena esses capítulos não terem entrado no livro. Que bom que as partes mais fofas foram mantidas em outros trechos, ao menos. E que a Veronica tenha disponibilizado-os para nós *-* O Quatro é tão... Incrível. Gostei de tê-lo narrando partes da história, foi fundamental para conhecê-lo melhor.
ResponderExcluirTe indiquei para a TAG "conhecendo o blogueiro" e espero que possa participar. Confere lá no blog!! Beijo grande.
Thati;
http://nemteconto.org
Nossa, adorei esse trecho! Uma pena que não entraram na edição final. Sempre adorei esse ritual da Audácia, de fazer tatuagens. Eu acho que sempre vou gostar do Quatro, independente de como ele terminou o terceiro livro. Gosto muito de ver esses aspectos mais humanizados dele.
ResponderExcluirBeijos!
Ai minha nossa, eu sou uma das poucas mortais que ainda não leu esta série e nem sequer viu o filme, aff...preciso fazer isto!!!
ResponderExcluirbeijo, Van - Blog do Balaio
balaiodelivros.blogspot.com.br
Não me canso de ler esses trechos... Saudades desses personagens queridos <3
ResponderExcluirThati;
http://nemteconto.org
Acredita que ainda não comecei a série?! Morrendo de vontade de ler.
ResponderExcluirmemorias-de-leitura.blogspot.com
Oi Lara, ainda não comecei a série mas estou muito afim de ler, estou esperando só acabar de ler os livros congestionado na minha estante para comprar eles.
ResponderExcluirParece ser muito bom, me segurando para não ver o filme.
Bjs
www.booksever.blogspot.com
Oi pessoal!
ResponderExcluirtambém gostaria que tivesse na versão final os capítulos, mas né o último livro também não fico exatamente como eu gostaria!
E pra quem não leu, espero que gostem da série, principalmente dos dois primeiros livros tanto quanto eu!
um beijo
Lara
Oiee ^^
ResponderExcluirNão sabia de nada disso *-* haha' um pouco atrasada nas noticias. Gostei dos capítulos ali de cima, acho que o livro ficaria um pouco melhor com eles *-*
MilkMilks
http://shakedepalavras.blogspot.com.br
que pena que os capitulos não entraram, podiam dar um outro olhar para a trama
ResponderExcluirhttp://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Um pena né meninas?! Acho que foi consenso geral que DEVERIAM ter entrado no livro né?! :)
ResponderExcluirum beijoo Lara!